Pedro Lobo de Oliveira nasceu em 27 de julho de 1931, no município de Natividade da Serra. Na infância já começou a trabalhar no campo em condições consideravelmente precárias. Aos 18 anos, mudou-se para São Paulo para trabalhar na construção civil como operário e, em 1957, ingressou na Força Pública do Estado de São Paulo, onde se tornou Sargento. Na carreira militar, aproximou-se dos ideais de esquerda e se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Em 1964, com o início da Ditadura Civil-Militar, acabou exonerado da corporação. Continuou sua militância política no PCB. Participou do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), dirigido por Leonel Brizola, e foi um dos fundadores da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em 1968.
Por conta de sua luta frontal contra a Ditadura, foi preso e severamente torturado em 1969. Em 1970 foi solto, mas exilado. Passou pela Argélia, Alemanha, Chile, Argentina e Cuba. Foi em Cuba que recebeu, junto à companheira de Carlos Lamarca, que lá morava, a notícia da morte do Capitão em 17 de setembro de 1971.
Em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia, Pedro Lobo retornou ao Brasil e foi reintegrado à Força Pública no dia seguinte a sua chegada. Hoje tem 89 anos, vive em São José dos Campos e integra a reserva da corporação, com a patente de capitão.
Sobre sua história foi escrito o livro Pedro e os Lobos, do jornalista e historiador João Roberto Laque. O livro está em vias de se tornar um documentário, que tem previsão de lançamento para 2021.
Pedro Lobo foi um dos mais importantes combatentes pelos direitos humanos durante o período sombrio da Ditadura Civil-Militar brasileira. Dedicou sua vida à luta pela liberdade e pela igualdade. Nunca negou sua história e até hoje ainda conta detalhes de sua atuação para inspirar outras e outros defensores dos direitos humanos.